Com oito territórios da iniciativa, região lidera ranking de pesquisas realizadas em Censo de Inadequação Habitacional inédito no Rio .
Campeã de pesquisas realizadas pelo projeto ‘Na Régua: arquitetura acessível, moradia digna’, a Zona Norte do Rio abriga oito territórios cobertos pela iniciativa idealizada pelo Governo do Estado, em parceria com a Uerj. São eles: Parque Acari, Parque Maré, Brás de Pina, Buriti Congonhas, Cajueiro, Mangueira, Marcílio Dias e Serrinha.
Em números apresentados no 1º Censo de Inadequação Habitacional – promovido pela Secretaria de Infraestrutura e Obras no início deste mês –, ficou constatado que mais de 70% dos domicílios são chefiados por mulheres.
A falta de abastecimento de água e esgoto regular, além de domicílios úmidos são casos recorrentes citados durante a coleta de dados, que fornecem números que o Na Régua busca melhorar. No bairro de Buriti Congonhas, por exemplo, tem 429 famílias nessa situação de um total de 548 casas entrevistadas.
O projeto atua na Região Metropolitana e na Baixada Fluminense com escritórios regionais espalhados em comunidades diversas para atender os moradores com assistência técnica e melhorias habitacionais. Cerca de 8.500 pesquisas foram realizadas somente na Região Norte do Rio, totalizando 13.995 domicílios visitados pelos pesquisadores do projeto.
Famílias com crianças, idosos, deficientes físicos e as chefiadas por mulheres fazem parte dos critérios de adesão prioritária do Na Régua. Outras áreas como Serrinha e Cajueiro também lideram os números de maiores necessidades com baixo índice de abastecimento de água e esgoto irregular em quase 50% dos domicílios avaliados.
Para o secretário de Estado de Infraestrutura e Obras, Rogério Brandi, essa primeira fase do Censo já demonstra bem a importância do trabalho que vem sendo realizado. De acordo com o gestor, as informações possibilitarão o desenvolvimento de políticas públicas para as regiões e subsidiarão ações dos órgãos de governo na melhoria da qualidade de vida dos moradores.
– Esse é um trabalho de suma importância para que o Estado conheça as necessidades da população em áreas mais sensíveis. Foi uma determinação do governador Cláudio Castro que trabalhássemos para resgatar essa dívida com as comunidades e garantir condições de habitabilidade às famílias que tanto necessitam – afirmou Brandi.
No geral, os moradores de todos os territórios pesquisados pelo projeto se queixam de problemas sanitários por falta de saneamento e esgoto. Do total de moradias visitadas pelas equipes do Na Régua, 26% não apresentam banheiro completo (com pia, chuveiro e vaso sanitário). Desta forma, a região de Buriti Congonhas também lidera os gráficos de porcentagem.
Segundo o subsecretário de Habitação, Allan Borges, as informações apresentadas durante a primeira fase do Censo foram fundamentais para que os governos tracem estratégias de saúde, lazer e mobilidade que atendam a todos os fluminenses.
– Está sendo um grande aprendizado para todos nós e uma experiência única trabalhar em parceria com os moradores para requalificar as moradias. Com base nessas pesquisas, pudemos identificar residências em péssimas condições de habitabilidade, que contribuem para afetar a saúde dos moradores. O projeto quer conhecer os territórios por dentro e produzir dados que possam ajudar na transformação dessas regiões, por isso, teremos os dados compilados para uma segunda fase de apresentações em breve. Nossa meta é nenhuma casa sem banheiro – concluiu Borges.|
Fotos: Divulgação