A médica da Semus de Japeri realiza cerca de 60 atendimentos, entre pacientes de retorno e primeira vez
Na sala de espera do Centro Municipal de Especialidades de Engenheiro Pedreira, são muitas as histórias de pacientes que como a aposentada, Sebastiana Teófilo de Souza, (71), vivem com o Diabetes, ou se tratam para não desenvolverem a doença.
Segundo ela, dos 15 anos em que convive com a Diabetes, descoberta aos 56 anos, 11 deles são acompanhados pela médica endocrinologista da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Arlene Regina Morone, que durante a consulta, constata que o uso da insulina foi trocado por chás, mas a dieta, chamada pela paciente de “comida de verdade”, por ser composta por verduras e legumes, foi mantida.
A médica destaca que a reflexão e a consciência do paciente sobre a doença são de singular importância para o tratamento e controle. “Essa doença, em muitas das vezes não é diagnosticada no início e não é uma prática da população em geral ficar buscando fazer exames para saber se tem ou não o Diabetes. Até porque inicialmente ela não apresenta sintomas. E isso faz com que sejamos pegos de surpresa. Na maioria das vezes quando descobrimos, já observamos vários comprometimentos na saúde. Então, a conscientização do paciente é fundamental”, disse, explicando a Sebastiana, que vai precisar retomar o uso da insulina.
Em outro momento da doença, descoberta de forma inusitada, Adeilson de Jesus Vieira, que há 3 meses teve sua rotina modificada ao descobrir que era diabético, relata que foi ao Hospital Municipal de Japeri por estar com muitas dores no joelho.
“Acabei falando que vinha perdendo peso e o médico pediu o exame de glicemia que estava em 500 mg/dl. Ele me disse que esse valor era muito alto e que eu poderia ter um infarto”, relata ele que confessa não ter acreditado no que o médico disse naquele primeiro momento. “Foi um susto e achei que não devia estar certo”, completou, o morador de Santa Amélia.
“Hoje vai ser a minha primeira consulta com a endocrinologista. Mas pelo que ouvi aqui, muita coisa vai ter que mudar”, desabafou ao lado da mulher, Silvana Vieira e do filho, Antony Davi, de 2 anos e 8 meses, que o acompanharam na consulta. “É um momento que envolve toda a família”, declarou Silvana em apoio ao marido.
Medidas de Prevenção
“Quando falamos do Diabetes, é importante lembrar das medidas de prevenção. Uma dieta adequada, atividade física com a finalidade de evitar a obesidade. A obesidade, predispõe o Diabetes, principalmente na vida adulta, entretanto, temos visto que vem crescendo o número de crianças e adolescentes com a doença. E esse é um alerta importante para aumentarmos os cuidados e a conscientização”, enfatiza a médica que atende todas as faixas etárias.
“O Diabetes é uma doença grave, que não sendo adequadamente tratada pode trazer complicações agudas, crônicas e levar até a morte”, finaliza, a médica, que atende 60 pacientes, entre retorno e primeira vez.
Atendimento na rede de saúde de Japeri
As Unidades Básicas de Saúde (UBS), fazem parte da rede de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), seguem a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e realizam os atendimentos e acompanhamentos de pacientes diabéticos. Para a enfermeira da UBS Guandu, Débora Fernandes, o primeiro passo para a conquista do comprometimento do paciente com o tratamento é estabelecer com ele a construção de vínculo, estimulando a participação ativa tanto do paciente quanto da família.
A médica endocrinologista, Arlene Morone, atende ainda no Cemes de Japeri e na Casa da Mulher.
Brasil aparece no Atlas da Diabetes em posição preocupante
O último dia, (14), foi o Dia Mundial do Diabetes, a doença que se caracteriza pela alta concentração de glicose no sangue, pode ser congênita ou adquirida. No mundo, segundo o Atlas da Diabetes, versão 2021, o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de países com alta incidência da doença, contabilizando 15,7 milhões de adultos entre 20 e 79 anos. O país fica atrás apenas da China, Índia, Paquistão, Estados Unidos e Indonésia.
Esse cenário é ainda pior quando as informações são de brasileiros com idades entre 0 e 19 anos, tanto nos que se classificam como novos casos, 8,9 milhões, como nos casos já existentes, 92,3 milhões de crianças e jovens com a doença. Nestes casos, o Brasil está em terceiro lugar, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos.
Foto: Divulgação/PMJ