Jornal da Hora
Objetivo foi interagir com pacientes, profissionais, familiares e apoiadores com mais informações sobre o diabetes Tipo 1
A Câmara de Duque de Caxias realizou, na quarta-feira (13), o 10º Encontro de Diabéticos com o tema “Diabetes e bem-estar físico, mental e social. Essa é a nossa meta!”. O objetivo foi proporcionar a interação entre pacientes, familiares, profissionais de saúde, apoiadores e, especialmente, levar conhecimento sobre o diabetes Tipo 1, que requer cuidados diferenciados, como o uso diário de insulina.
Durante o encontro, foram realizados exames de glicemia, pressão arterial e massa corporal, além de maquiagens. Representantes da Associação dos Diabéticos de Duque de Caxias (ADIDUC) e demais associações e do Hospital Infantil Ismélia Silveira estiveram presentes e acompanharam as palestras.
Uma mesa com pães, bolos, café, leite, frutas, sucos e refrigerantes mostrou que quem tem diabetes pode comer de tudo, desde que com moderação e acompanhamento médico. “Há contagem de calorias e as crianças fazem a correção com a insulina. Elas contam quanto tem de carboidrato em cada alimento que estão comendo, por isso, elas podem comer normalmente”, explicou a diretora da ADIDUC, Juliana Robim, mãe da Alane que recebeu o diagnóstico de diabetes Tipo 1 há oito anos.
Juliana falou ainda da importância de adquirir conhecimento sobre a doença. “A gente escuta muita coisa, como: ‘sua filha tem diabetes porque comeu muito doce’, e não é nada disso. No diabetes Tipo 1, o pâncreas para de produzir o hormônio da insulina. A Alane come saudável, como nós devemos comer”.
Convivendo com o diabetes há 39 anos, Sheila Vasconcelos, conselheira da ADIDUC, reforça a união com a Associação dos Diabéticos do Hospital da Lagoa (ADILA) e os problemas ainda impostos aos diabéticos. “A minha mãe enfrentou o diagnóstico na época que não tinha os recursos que se têm hoje, mas vejo os pais ainda enfrentando muitos obstáculos. A gente ainda não tem a doença reconhecida porque é uma condição invisível e muitos ainda não entendem”.
O enfermeiro, vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde e diretor da ADIDUC, Antônio Pereira dos Santos, ressalta que o diabetes atinge 10% da população e que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são peças-chave para viver bem. “Precisamos enfrentar o diabetes. Muitas pessoas não sabem que tem a doença e é preciso mais conscientização para reduzir este quadro. Precisamos de políticas públicas de saúde e o apoio dos legisladores”.
A diretora da ADIDUC, Viviane Iório, falou dos cuidados em relação ao diabetes, afirmando que a busca por informações com profissionais deve ser constante. “Existem dois tipos de diabetes: o DM 1 e o DM 2. No Tipo 1, a criança deve tomar insulina em todo o momento em que for comer; já o Tipo 2 se controla com remédio. São diagnósticos diferentes. Não existe chazinho, não existe nenhum alimento que vá curar o diabetes Tipo 1”.
O encontro contou com as palestras da enfermeira e advogada Rita de Cássia que falou sobre os direitos e a mudança que acontece nas famílias quando a criança é diagnosticada com diabetes Tipo 1. A estudante de psicologia, Luciana Ambrósio, abordou a rede de apoio aos cuidadores, as demandas existentes e o bem-estar daqueles que cuidam, e a enfermeira Cátia Hills comentou sobre a hipoglicemia e o preconceito que envolve o paciente com o diabetes.
O presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro e do Conselho Estadual de Saúde e conselheiro municipal de Duque de Caxias, Leonardo Légora de Abreu, ressaltou a importância da participação das crianças no encontro. “Acende uma luz sobre este tema porque é uma doença silenciosa. As crianças são o futuro e, dessa forma, elas vão se atentar de que não estão sozinhas e que existem políticas públicas para ajudá-las, podendo se tornar multiplicadoras”.
Também foi passado um vídeo sobre a descoberta da insulina. Finalizando a primeira parte do encontro, foi servido um almoço, mas, antes os pais verificaram a glicose nos filhos e fizeram as correções prescritas.
A parte da tarde foi de interação, brincadeiras e sorteios de vários brindes. Dez crianças com diabetes Tipo 1 receberam o sensor FreeStyle Libre 2 Plus para o monitoramento da glicose. Algumas colocaram o aparelho na mesma hora. O sensor permite que as leituras sejam enviadas automaticamente minuto a minuto para o celular dos pais e/ou responsáveis.
A maioria dos pacientes que participam da ADIDUC recebem acompanhamento na rede municipal de saúde. No caso das crianças, o acompanhamento é feito por equipes de profissionais especializados no Hospital Infantil. Para participar do Grupo de Apoio (WhatsApp) ou saber mais informações sobre a ADIDUC, os interessados devem entrar em contato através do número (21) 99584-7328.
Fotos: Art Vídeo/ Victor Hugo
