Estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário levou em conta dados dos cartórios de registro civil de todo o país durante os quatro primeiros meses deste ano
O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados de coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Já são 23.522 mortes provocadas por Covid-19. No entanto, de acordo com o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), com base nos dados nos cartórios de registro civil de todo o Brasil, entre janeiro e abril deste ano, comparado com o mesmo período no ano passado, houve um aumento no número de óbitos absolutos na ordem de apenas 2,29% em todo o país.
Enquanto nos quatro primeiros meses de 2019, o Brasil registrou 389.073 mortes, no mesmo período deste ano, em plena pandemia, o número subiu para 397.999. Ou seja, um aumento absoluto de 8.926 mortes, número bem inferior ao número de mortes divulgadas por covid-19.
Quando o comparativo é feito com o Estado de São Paulo o aumento chega a 5,37%, subindo de 99.442 mortes para 104.786 mortes. Na capital paulista, os números crescem para 12,37%, saindo de 27.731 mortes para 31.160. Quando o recorte é feito no Estado do Rio de Janeiro, o aumento de mortes de um ano para o outro se dá em 8,35%, saltando de 42.288 para 45.821 mortes. Já na capital fluminense, o aumento percentual chega a 13,16%, saindo de 18.576 para 21.021 mortes.
De acordo com o presidente da ABREDIF, Lourival Panhozzi, todo o óbito no país deve ter o seu registro realizado no prazo máximo de 15 dias. “Passado esse prazo, é preciso ordem judicial para se promover o registro. Dessa forma, pressupõe-se que todos os óbitos ocorridos até o final de abril, já estejam devidamente registrados. Estamos aguardando o fechamento do mês de maio para atualizar os dados, mas as primeiras amostragens demonstram que não haverá um crescimento elevado, quando analisado todo o território nacional”, destaca.
Na semana passada, a ABREDIF denunciou um caso no estado de São Paulo em que uma pessoa teria falecido de gastrite hemorrágica, mas ao chegar no hospital para recolher o corpo, a equipe da funerária constatou que a unidade de saúde colocou o corpo da vítima em dois invólucros selados e uma tarja em cima de covid-19 e teria alegado que a pessoa falecida teria ficado internada numa ala com outros pacientes com coronavírus.
De acordo com Panhozzi, “o número de casos de mortes por coronavírus não é real no país. Já o número absoluto de óbitos ninguém pode contestar. Esse exemplo que aconteceu em São Paulo é um deles. Não vamos minimizar o momento que estamos vivemos, mas no levantamento que fizemos, não temos um percentual expressivo de mortes absolutas no país durante o período da pandemia. Se considerarmos que a cada ano temos um aumento natural de ocorrências de óbitos, em razão do aumento populacional, a questão fica ainda mais controlada”, concluiu Panhozzi.
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