Estudo apresentado pela FIRJAN, durante audiência pública, apontou que monopólio da Petrobrás na prestação do serviço pode provocar desemprego em massa no setor
Aumentar a competitividade do gás natural no estado do Rio de Janeiro, majoritariamente controlado pela Petrobras e suas subsidiárias. Esse foi o principal tema debatido na audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia, nesta quinta-feira (21), no auditório senador Nelson Carneiro, prédio anexo ao Palácio Tiradentes. Levantamento apresentado pela FIRJAN, por meio da nota técnica “Gás Natural: impactos socioeconômicos para o Rio de Janeiro”, constatou que o preço do gás natural no estado subiu 98% nos últimos dois anos.
De acordo com o relatório apresentado na audiência pública, o monopólio da Petrobrás na prestação de serviços de gás natural tem prejudicado as indústrias, que vem sofrendo com esses aumentos no preço final do gás, o que pode colocar 40 mil empregos em risco. “Se a gente não conseguir viabilizar que mais empresas participem e consigam se inserir no mercado, a gente não vai conseguir dinamizar o mercado e como consequência teremos o aumento do desemprego”, afirmou o especialista em Petróleo, Gás da FIRJAN, Fernando Montera.
O presidente da Comissão de Minas e Energia, o deputado Max Lemos (MDB), afirmou que pretende debater com as empresas quais os incentivos necessários para ampliar e melhorar a prestação do serviço. “Faremos um relatório com sugestões que visem uma produção acelerada e a redução do custo. Quando se abre o mercado, os preços caem, essa é a lei da competitividade. Vamos buscar as empresas investidoras para saber que tipo de incentivo pode ser concedido dentro da própria máquina administrativa do estado para alavancar a produção e fomentar a concorrência”, destacou o parlamentar.
O Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, disse que também é favorável a abertura do mercado de gás natural. Ele acredita que essa ação vai atrair mais indústrias para o estado e gerar mais emprego. “O potencial de geração de emprego e renda do estado é enorme. Com maior competitividade, não tenho dúvidas de que o preço do gás vai cair pela metade. Dessa forma, teremos a capacidade de gerar muito mais empregos”, concluiu.
O encontro aconteceu no auditório Senador Nelson Carneiro, no prédio anexo ao Palácio Tiradentes. Também participaram da audiência os deputados Luiz Paulo (PSDB), Brazão (PR), Rodrigo Bacellar (SD), Dionisio Lins (PP), Chico Machado (PSD), Welbert Rezende (PPS), Thiago Pampolha (PDT), além integrantes das concessionárias de distribuição de gás: CEG e Naturgy; a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa); a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); a Petrobras e membros da sociedade civil.
Fotos: Divulgação / TV Alerj